sábado, 28 de novembro de 2009

O ferreiro


Esta semana ouvi este conto. Gostei muito da mensagem, que trata da força da fé testada ante as adversidades da vida, e o procurei na net. Trago-o para este espaço na esperança de que auxilie algum visitante que "por acaso" passe por aqui e esteja necessitando.
Fiquem todos com Deus!

O ferreiro
(Lynell Waterman - por Paulo Coelho)

Era uma vez um ferreiro que, após uma juventude cheia de excessos, resolveu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos trabalhou com afinidade, praticou a caridade, mas, apesar de toda sua dedicação, nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário: seus problemas e
dívidas acumulavam-se cada vez mais.
Uma bela tarde, um amigo que o visitara, e que se compadecia de sua situação difícil, comentou:

- É realmente estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas apesar de toda a sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado .

O ferreiro não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Entretanto, como não queria deixar o amigo sem resposta, começou a falar e terminou encontrando a explicação que procurava. Eis o que disse o ferreiro:

- Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espadas. Você sabe como isto é feito? Primeiro eu aqueço a chapa de aço num calor infernal, até que fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo, ela é mergulhada num balde de água fria e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita. Uma vez apenas não é suficiente.

O ferreiro deu uma longa pausa e continuou:

- As vezes, o aço que chega até minhas mãos não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.

Mais uma pausa e o ferreiro concluiu:

- Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e as vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é: 'Meu Deus, não desista, até que eu consiga tomar a forma que o Senhor espera de mim. Tente da maneira que achar melhor, pelo tempo que quiser. Mas jamais me coloque no monte de ferro-velho das almas.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Francisco de Assis




"Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna..."





Estava meditando sobre algumas coisas que aconteceram esta semana e que me aborreceram um tanto... Sei que contribui para que uma parte dos acontecimentos tomassem o rumo em que está agora. E desta forma, refletindo e navegando na net, cheguei "coincidentemente" a Oração de Francisco de Assis. Espírito que nos trouxe muitos ensinamentos e que hoje me deixou mais introspectiva...



Fiquem todos com Deus!


domingo, 20 de setembro de 2009

Reencarnações



Recebi por e-mail uma mensagens supostamente psicografada pelo menino João Hélio. Para quem não lembra, trata-se de mais uma tragédia, ressultante de um assalto, em que um garotinho ficou preso ao cinto de segurança do carro da mãe.

Ressalto que desconheço a veracidade da mensagem. Mas segundo o e-mail, a mensagem foi recebido por um médium, em uma sessão do Centro Espírita Leon Dennis, frequentado pelos pais do menino. Trago-a para que todos reflitam sobre a lição, que o susposto João Hélio quis repassar:

"Nasci na Gália no ano de 22 AC e desencarnei na Líbia no ano 20 da era cristã.
Fui oficial da legião dos leões que estava na Líbia, Núbia.
Como governador de Al Katrim, me comprazia atrelar na minha biga, puxada por dois cavalos velozes, crianças, homens, mulheres, novos e velhos, que eram puxados através da estrada seca e pedregosa daquela região da África.

Os corpos se despedaçavam e eu era exaltado pelos meus pares... Morri em combate com tropas egípcias e me deparei em uma região de treva profunda, talvez uma caverna.

Muitos gritos e rostos aterradores me esperavam.
Fui levado a um estado de total animalidade por mil e quinhentos anos, quando servos de Maria me resgataram.
Sendo levado a outro plano, fui aos poucos tendo meu espírito reajustado, minha mente normalizada e meus pensamentos corrigidos. E compreendi os horrores que cometi. Que tristeza DEUS !
Por trezentos anos permaneci em preparo para reencarnação e pedia a graça de receber para desencarne o mesmo destino dado por mim a outros.

No ano do Senhor de 2001, após busca incessante por quem me recebesse como filho, um casal tiranizado por mim aceitou.
Reencarnei.
Agora em comoção generalizada, como irmão Joãozinho, desencarnei e agradeço ao Pai ter me atendido dando destino igual ao que dei às minhas vítimas. Estou em paz, estou na luz. Resgatei um pouco do meu passado, outros momentos virão. Confio em Deus.

Titus Aelius"

A foto da postagem de hoje é uma homenagem a minha mãe. Mulher guerreira e que tem como profissão trazer ao mundo os espíritos que buscam uma nova oportunidade.

Fiquem todos com Deus!

domingo, 13 de setembro de 2009

Afinidades espirituais...




"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o princípe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar ?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"...
Antoine de Saint-Exupéry - O Pequeno Príncipe


Uma grande amiga, pessoa iluminada e com quem tenho grande afinidade espiritual, mudou-se para outra cidade nesta semana... Estou muito feliz, porque sei que é para o bem dela,. Mas ao mesmo tempo, estou muito triste, pois sentirei uma saudade imensa.

Com ela aprendi muitas coisas, principalmente a ser mais prática, menos fantasiosa. Aprendi a valorizar as pequenas coisas e a não valorizar demais os obstáculos que surgem na vida. Enfim, aprendi a colocar os pés no chão e a dar um passo de cada vez...
Esse vazio todo que sinto me fez refletir sobre as ligações espirituais, laços muito mais fortes que os carnais. Assim, trago a questão nº 297, do Livro dos Espíritos:


"297 A afeição que dois seres tiveram na Terra sempre continuará no mundo dos Espíritos?

– Sim, sem dúvida, se é fundada sobre uma simpatia verdadeira. Mas se as causas físicas foram maiores que a simpatia, ela cessa com a causa. As afeições entre os Espíritos são mais sólidas e mais duráveis do que as da Terra, porque não estão sujeitas aos caprichos dos interesses materiais e do amor-próprio."





Desejo a todos, principalmente a esta grande amiga, que fiquem com Deus!




sexta-feira, 19 de junho de 2009

Na medida certa


Os últimos posts foram muito armargos, então resolvi adoçar um pouco com este pequeno conto que encontrei na net. É singelo, mas muito últil... Fiquem todos com Deus!





"Às vezes nos perguntamos: "O que eu fiz para merecer isso?", ou "Por que Deus tinha que fazer isso justo comigo?" Aqui vai uma belíssima explicação:

A filha dizia a sua mãe como tudo ia errado. Ela não se saiu bem na prova de Matemática, o namorado resolveu terminar com ela e a sua melhor amiga estava de mudança para outra cidade. Enquanto isso, sua mãe preparava um bolo e perguntou se a filha gostaria de um pedaço, e ela disse:
- É claro mãe, eu adoro os seus bolos.
- Toma, um pouco de óleo de cozinha.
- Credo!
- Que tal então comer uns ovos crus?
- Que nojo, mãe!

- Quer então um pouquinho de farinha de trigo ou bicarbonato de sódio?

- Mãe, isso não presta!

A mãe então respondeu:

- É verdade, todas essas coisas parecem ruins sozinhas, mas quando as colocamos juntas, na medida certa, elas fazem um bolo delicioso."


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Justiça divina


Na última postagem, o tema foi a "Justiça divina". Novamente volto a abordá-lo, desta vez enfocando outro tema da atualidade... Trata-se da tragédia ocorrida com o vôo 447 do airbus da Air France e que vitimou 228 passageiros. Diante de acontecimentos como este, questiona-se as "coincidências" que acarretam o fim de tantas vidas ao mesmo tempo em um terrível acidente.

O Livro dos Espíritos trata do assunto nas questões 737 a 741, quando faz referência aos Flagelos Destruidores. Segundo o entendimento doutrinário, coincidências não existem e nada acontece por acaso. Assim, as tragédias coletivas envolvem espíritos que possuem dívidas semelhantes e passam por suas provas expiatórias em conjunto. Seria uma forma de reunir os semelhantes, para que juntos, diminuam suas pedências de outras encarnações.

Na literatura espírita é possível encontrar diversos relatos que esclarecem outros grandes acontecimentos trágicos da História. No livro "Cartas e Crônicas", o espírito do jornalista Humberto de Campos relaciona o incêndio do circo em Niterói, ocorrido em dezembro de 1961 , que atingiu "proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero" com a morte de diversos cristãos no 177 dC em Lyon, mais especificamente ao sopé da colina de Fourvière, em "comemoração" a uma visita ilustre àquela localidade. De acordo com o livro, seria uma forma de quitar as matanças em forma de espetáculo dos seguidores do Nazareno, muito comum naquela época.

Independente da situação anterior que envolva as vítimas de uma tragédia, é importante ressaltar que Deus é sempre justo e que todo infortúnio que ocorre deve-se a uma causa anterior. Sim, Ele é um pai misericordioso e bom, que aplica a pena correta para educar seus filhos.

Encerro aqui rogando aos bons espíritos o socorro necessário às vítimas do desatre e amparo aos familiares e amigos.

Fiquem todos com Deus!

sábado, 30 de maio de 2009

Mortes prematuras


Diante de tanta polêmica, mesmo passado quase um mês do ocorrido, me pareceu apropriado abordar este tema...

Trata-se de um acidente de trânsito, ocorrido no dia 7 de maio, aqui em Curitiba, que envolveu um motorista alcoolizado, e ocasionou o falecimento de dois jovens. Estou falando do acontecimento que resultou nas trágicas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida e que marcará para sempre a vida do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho.

Não cabe a este espaço discutir as questões legais do ocorrido, muito menos atribuir juízo de valor à conduta do sobrevivente. O que me leva a mencionar esta triste história, são os questionamentos que surgem quando nos deparamos com situações semelhantes a esta. Se são jovens que partem para o outro plano de forma inesperada, questionamos os desígnios de Deus... No momento em que nos deparamos com uma grande perda, o sofrimento dificulta a compreensão. Mas certo é que Deus, por ser justo, coloca em nosso caminho os percalços que são necessários à evolução espiritual. O Evangelho Segundo o Espiritismo trata do assunto em seu Capítulo V - Bem-Aventurados os Aflitos, como segue:

"Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras

21. Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Freqüentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. - Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)"

O Evagelho Segundo o Espiritismo - Capítulo V


Peço a Deus luz no caminho dos desencarnados e paz no coração dos familiares.
Fiquem todos com Deus!

domingo, 3 de maio de 2009

Os tormentos voluntários



Os tormentos voluntários, a diversas escolhas que erroneamente realizamos em nossas vidas. Mais uma vez volto a este tema, devido a um acontecimento que passo a relatar.

Tenho uma amiga que possuia uma vida estruturada. Independente finaceiramente, com um bom emprego público, um apartamento próprio, um carro quitado, muitos amigos, festas, viagens e liberdade para fazer o que bem entendesse. Mas para ela, a vida não aparentava ser tão boa assim. Desta forma, vivia constantemente manisfestando sua insastifação, tanto com os bens materiais, como com a vida profissional. Entendo que todos nós temos o direito de almejar o crescimento. Afinal, nada cai do céu e devemos batalhar e muito para conseguir um lugar ao sol.

Nesta busca, esta minha amiga resolveu que precisava de mais tempo e paz no intuito de estudar para um concurso muito visado. Assim, buscando a tal tranquilidade, pediu transferência para uma cidadezinha do interior e foi embora de mala e cuia. Durante este processo de mudança, diversas vezes a adverti quanto às dificuldades que surgiriam e confesso que tentei demovê-la desta idéia. Mas nada surtiu efeito. Só me coube deseja-la sorte e sucesso nesta empreitada.

Como havia previsto, as dificuldades apareceram... A falta de estrutura da cidade, a distância da família e dos amigos, a adaptação a uma nova rotina de trabalho e etc. E em poucos meses depois, ela confessou o arrependimento da escolha que fez. Tentei encorajá-la dizendo que nada que acontece em nossas vidas ocorre por acaso e se ela está lá, algum aprendizado deverá tirar desta vivência.

Refletindo sobre a angústia da minha amiga, cheguei ao tema dos tormentos voluntários. Quantas vezes nos encontramos em situações desconfortáveis que nós mesmos escolhemos? Afinal, sempre somos responsáveis por nossas escolhas. Pode ser a mudança de cidade, a escolha de um companheiro, a compra de algum bem, ou outra escolha qualquer que realizamos, dentre as infinitas opções que temos ao nosso redor. Sim, somos e muito responsáveis pelo nosso destino. Pois como a doutrina mesmo diz, "tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus". Livro dos Espíritos, 664 .

Que de tormentos, ao contrário, se poupa aquele que sabe contentar-se com o que tem, que nota sem inveja o que não possui, que não procura parecer mais do que é. Esse é sempre rico, porquanto, se olha para baixo de si e não para, cima, vê sempre criaturas que têm menos do que ele. E calmo, porque não cria para si necessidades quiméricas. E não será uma felicidade a calma, em meio das tempestades da vida? - Fénelon. (Lyon, 1860).

Fiquem todos com Deus!