Ontem a tardezinha, bateram a minha porta. Fiquei surpresa, pois não esperava ninguém. Quem poderia saber que eu estava em casa naquele horário? Por incrível que pareça, não era nenhuma visita inconveniente. Ouvi uns risinhos seguidos de um inacreditável “doce ou travessura?”. As crianças da vizinhança estavam vestidas a caráter (um deles inclusive era o próprio Harry Potter), cumprindo o ritual do halloween bem na minha porta! Acho que fiquei um meio segundo processando a informação. Não lembrava que era o tal do dia das bruxas. Afinal, essa não é uma tradição do meu folclore. Mas devo confessar que achei bem engraçadinho. Como não sorrir para aquelas carinhas? Mas eu não tinha “doces” e negociei as travessuras por umas moedinhas.
Depois fiquei meditando. Este ano, e em nenhum outro, vi aqui em Curitiba crianças correndo pelas ruas atrás de doces no dia 27/9, como manda a tradição de Cosme e Damião. Penso no ocorrido como no mínimo curioso. Por que adotarem costumes estrangeiros se nem conhecemos os nossos?
Mesmo assim, busquei na internet um texto que explicasse a origem do Halloween. Encontrei um site muito interessante com um nome instigante “Partidas e chegadas – a vida em dois planos”. Vale a pena ler:
“Hoje (31/10) comemora-se o Halloween, popularmente chamado de Dia das Bruxas, festa que se popularizou nos últimos anos no Brasil. Nesta época, são realizadas diversas festas para marcar a data. Quando os celtas inventaram o Halloween, a tradição não mandava comer guloseimas nem se fantasiar de bruxa. O objetivo celebrar o começo do inverno e homenagear os espíritos dos mortos.
Na região da atual Irlanda, há aproximadamente 2 mil anos, os celtas comemoravam seu ano novo em 1º de novembro, data que também marcava o fim das estações quentes do ano. Eles acreditavam que, na véspera, chamada de “Samhain”, o mundo dos vivos e dos mortos se mesclava. A festa do “Samhain” incluía o sacrifício de animais e uma grande fogueira em homenagem aos mortos. O cristianismo é que teria injetado o ar “diabólico” ao Halloween, já que associava espíritos e fantasmas ao paganismo e ao mal. Mas a festa originalmente não tinha a intenção de ser assustadora, e sim uma celebração.
“O Halloween como o conhecemos hoje vem da época em que os missionários cristãos tentaram mudar as práticas religiosas dos celtas”, analisa Santino. Para substituir a festa pagã do “Samhain” por uma comemoração cristã, a Igreja Católica determinou que o 1º de novembro seria o Dia de Todos os Santos (All Saint’s Day), também chamado de All-hallows. A véspera, portanto, era chamada de All-Hallows Eve, que depois virou Halloween.
A festa se popularizou nos EUA com a chegada de um grande número de imigrantes irlandeses, no século XIX, e a ela foram agregadas diversas novidades. Uma delas é o uso de fantasias. Já que os celtas acreditavam que, na noite de 31 de outubro, os espíritos dos mortos vagavam junto a fadas, bruxas e demônios, estes acabaram sendo os temas mais comuns dos disfarces de Halloween. A tradição de “gostosuras ou travessuras” também pode ser creditada aos celtas, que costumavam oferecer comida aos espíritos do Halloween para aplacá-los e para indicar-lhes o caminho das casas de suas famílias.
As abóboras ocas e recortadas, outro ícone do Halloween, são tipicamente norte-americanas. “Uma lenda celta dizia que um espírito que não conseguia ir nem ao céu nem ao inferno usou uma lanterna para guiar-se. Os irlandeses, ao imigrar aos Estados Unidos, conheceram as abóboras e perceberam que, ocas, elas também funcionavam bem como lanternas e continuaram assim a tradição”, diz Santino. No Brasil, redes de escolas de idiomas passaram a incluir o Halloween em suas atividades culturais".
Fonte: http://www.partidaechegada.com/2008/10/origem-do-dia-das-bruxas
Fiquem todos com Deus!