sábado, 1 de setembro de 2007

Decepção. Ingratidão. Afeições destruídas



937 As decepções causadas pela ingratidão e a fragilidade da amizade também não são para o homem de coração uma fonte de amargura?
– Sim; mas já vos ensinamos a lastimar os ingratos e amigos infiéis: eles serão mais infelizes que vós. A ingratidão é filha do egoísmo, e o egoísmo encontrará mais tarde corações insensíveis, como ele mesmo foi. Pensai em todos que fizeram mais o bem do que vós, que valeram muito mais do que vós, e que foram pagos com ingratidão. Pensai que o próprio Jesus foi zombado e desprezado quando na Terra, tratado de velhaco e de impostor, e não vos espanteis que o mesmo possa acontecer convosco. Que o bem que fizestes seja vossa recompensa neste mundo, e não vos preocupeis com o que dizem aqueles que o receberam. A ingratidão é uma prova para vossa persistência em fazer o bem e será levada em conta. Os ingratos serão tanto mais punidos quanto maior tiver sido a sua ingratidão.
938 As decepções causadas pela ingratidão não predispõe a endurecer o coração e fechá-lo à sensibilidade?
– Isso seria um erro, porque o homem de coração, como dizeis, está sempre feliz com o bem que faz. Ele sabe que se pelo bem que faz não o reconhecerem nesta vida, na outra o farão, e que ao ingrato restará a vergonha e o remorso.
938 a Esse pensamento não impede seu coração de ser magoado; portanto, isso não poderia originar a idéia de que seria mais feliz se fosse menos sensível?
– Sim, se preferir a felicidade do egoísta, que é muito triste! Que ele saiba que os amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade e que se enganou sobre eles; portanto, não deve lamentar sua perda. Mais tarde, encontrará outros que o compreenderão melhor. Lamentai aqueles que têm para convosco um comportamento ingrato que não merecestes, porque terão amarga recompensa, um triste retorno; e também não vos aflijais com isso: é o meio de vos colocar acima deles.
☼ A natureza deu ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores prazeres concedidos na Terra é o de encontrar corações que simpatizam com o seu, o que é indício de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência; é um prazer recusado ao egoísta."
O Livro dos Espíritos
Parte Quarta – Esperanças e Consolações
Capítulo 1 – Penalidades e prazeres terrenos
Decepção. Ingratidão. Afeições destruídas

Um comentário:

Anônimo disse...

Certa vez, ao ser alvo de uma ingratidão, encontrei um artigo num livro que me ajudou a entender e superar o problema, e agora aproveito para voltar ao assunto. Marcelle Auclair* dizia que os ingratos também são filhos de Deus, apesar de cometerem injustiças. Você, que agora lê esse texto, com certeza já teve a experiência de dar o melhor de si e em troca receber o "pão que o diabo amassou".

Passemos então a refletir as causas dessa atitude: acostumados com a generosidade da vida certos sujeitos comportam ~se como eternos receptivos, egocêntricos nem imaginam que ao seu redor existe gente que passa pela mesma situação, esses sangue-sugas, que se alimentam de energia humana não passam de psicopatas, indigentes da espiritualidade, incapazes de amar, arrastam se na busca de afeto e quando recebem, retribuem com a indiferença e a maldade, veneno que lhes é peculiar.

Contudo, não devemos ter ódio e nem tentar devolver o desamor recebido, em outras palavras: não cair no mesmo erro. O importante é ficar atento para não ser surpreendido com novos ataques, pois com certeza eles acontecerão.

Dar e receber é uma via de mão dupla que deve ser praticada em todos os níveis de relacionamento. Ser útil é cumprir o sentido da existência, visto que o egoísta definha em seu casulo solitário.