Quando alcancei o jardim, um grupo de abortados cantavam esta canção;
"Não me mate não,
Não me mate não
Preciso viver,
Preciso viver
Dê-me sua mão,
Mãezinha.
Por que não me queres?
Sou tão pequeno...
Preciso tanto
Do seu ventre de mulher ...
Não me mate não,
Deixe-me viver,
Sou um pedaço do seu ser.
Tudo me parece noite,
Não me faça sofrer.
Por que me queres maltratar?
Só quero nascer
Venha me ajudar.
Estou cansado
De chamar o seu nome.
Só quero ficar ao seu lado,
Mãezinha.
Minha estrela polar
ilumine o meu cajado
Na bondade do seu olhar
Não deixe ninguém me matar,
Me abrigue em seu lar,
Mãezinha."
DEIXE-ME VIVER - Livro de Luiz Sérgio, psicografado por Irene Pacheco Machado
Há duas semana, em 11 de fevereiro de 2007, foi realizado em Portugal um referendo pela liberalização do aborto. Apesar da grande abstenção, os eleitores portugueses aprovaram a descriminalização desta prática nas dez primeiras semanas de gestação, por uma maioria de mais de 59% do votos. Sinal de retrocesso, visto que a maioria dos países buscam atualmente diminuir este ato de violência.
No Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), são consumados 1,4 milhão de abortos clandestinos por ano, mais do que todos os outros países da América do Sul reunidos. O que torna o nosso país num campeão mundial, embora não haja honra em ostentar este título.
E a Doutrina Espírita? O que tem a dizer a este respeito?
Para os espíritas, o aborto é um crime hediondo que produz sérias consequências espirituais, tanto para os autores do crime quanto para a vítima.
Buscando no "O Livro dos Espíritos" sobre o assunto, é possível encontrar duas perguntas:
P-358: O aborto provocado é um crime, qualquer que seja a época da concepção? R: - Há sempre crime, quando se transgride a Lei de Deus. A mãe, ou qualquer outra pessoa, cometerá sempre um crime ao tirar vida à criança antes de seu nascimento, porque isso é impedir a alma de passar pelas provas de que o corpo devia ser instrumento.
P-359: No caso em que a vida da mãe estivesse em perigo pelo nascimento da criança, haveria crime em sacrificar a criança para salvar a mãe? R: - É preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.
Finalizo com estas palavras do CAPÍTULO XIV do "Evangelho Segundo o Espiritismo" - Honrar a vosso pai e a vossa mãe:
"Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?"
E o que responderá aquele que praticou o aborto?
– Eu matei meu próprio filho...