sábado, 24 de novembro de 2007

Lar de Frei Luiz


Depois de um tempo ausente, resolvi voltar aos meus posts neste blog. Já havia definido o assunto e buscava textos relacionados ao tema no "Grande Pai Google". De repente surgiu uma vontade inexplicável de pesquisar sobre o Lar de Frei Luiz. E como acredito que devemos respeitar estes momentos de intuição, pesquisei e surpreendentemente me deparei com uma acusação que me deixou estarrecida!!!


Para quem não conhece, o Lar de Frei Luiz, ou mini-cidade do amor, é uma instituição carioca que mais que um Centro Espírita que auxilia centenas de seres, encarnados e desencarnados, nas reuniões públicas semanais nas noites das quartas-feiras e quinzenais aos domingos pela manhã, também acolhe menores em 11 casas-lares, abriga idosos na Casa de Felipe e presta atendimento no Hospital Holístico Dr. Lauro Neiva.


Freqüentei o Lar há alguns anos, a princípio como "paciente", buscando atendimento espiritual. Lembro até hoje a primeira vez que coloquei meus pés na Estrada da Boiúna. A energia daquele lugar é indescritível!. O Rodriguinho, médium que me atendeu na primeira consulta e que depois tornou-se um grande amigo, fez o convite para participar da Mocidade de Frei Luiz. Após algumas reuniões, resolvi conhecer o Grupo Jovem. Nesse momento o meu envolvimento com a Casa foi tão intenso que cheguei a me mudar de Copacabana para Jacarepaguá, para estar mais próxima ao Frei. Logo em seguida passei a auxiliar na Evangelização das crianças que acompanhavam os pais nas reuniões públicas nas Quartas e Domingos, participava da Mocidade aos Sábados, Educação Mediúnicas nas Terças e sempre me oferecia como voluntária em qualquer atividade que precisassem de ajuda: recreação das crianças internas, leitura para os idosos, sopão, etc. O ingresso na vida espiritual geralmente tende a ser exagerado, e só com o tempo aprendemos a dosar a medida certa.


O importante é que nestes anos em que me doei ao Lar Frei de Luiz recebi muita coisa em troca. Fiz grandes e verdadeiros amigos, aprendi muitas lições de vida, iniciei meu desenvolvimento mediúnico, sofri e principalmente cresci muito espiritualmente. Foi exatamente no Lar que tive a intuição de que "meu lugar" ainda não era aquele e que eu deveria buscar outros ares, mais ao Sul do País. E assim, aqui estou eu morando em Curitiba há 11 anos, mas com uma saudade enorme da Boiúna, de ouvir a Ave-Maria, a Prece de Francisco de Assis, o Bosque, as pessoas de branco em volta do busto do Frei, a paz que sentimos naquele lugar... Muitas recordações!


Mas voltando ao assunto do meu achado no Google, quero que fique bem claro que conheço e muito bem o Lar de Frei Luiz.


Então, vamos aos fatos. Na página do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, intitulado de "o site oficial do Pe. Quevedo" há um determinado artigo que explana sobre curandeirismo, e trás uma foto do Lar de Frei Luiz durante uma reunião pública com os seguintes dizeres: Mais uma lucrativa associação de curandeiros espíritas disfarçada, para mais enganar, sob nomes cristãos: “Cenáculo espírita CRISTO CONSOLADOR do centro espírita irmãos de Frei Luiz”.


Apenas para elucidar, a revista Isto é no artigo Intervenção do mundo dos mortos explica que no lar o "interessado não desembolsa um tostão. A não ser que compre algo na cantina ou na livraria, recursos que engrossam o orçamento mensal de R$ 120 mil, obtido sobretudo de doações voluntárias".


No site www.lardefreiluiz.org.br há o esclarecimento "Como recebemos pouca ajuda do governo, nosso apoio financeiro vem de: trabalhos comerciais executados no nosso Centro Gráfico a custo baixo; doações; contribuições mensais de pessoas caridosas; venda de livros na nossa livraria, venda de objetos doados em nosso Bazar, venda de artesanatos confeccionados pelas nossas crianças, e movimento na Lanchonete."

Em todos os anos em que freqüentei o Lar de Frei Luiz, em nenhum momento testemunhei qualquer cobrança em espécie para os atendimentos prestados a pessoas que buscam auxílio físico e/ou espiritual. Muito pelo contrário, sempre observei que todos são tratados como irmãos, independente de sua classe econômica.


A nossa Constituição Federal, em seu art. 5º, protege a liberdade de expressão e veda qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. No entanto, neste mesmo artigo declara a inviolabilidade de crença, ou seja, assegura a liberdade de culto. E mais que isso, em qualquer lugar do mundo, a ética versa que não se deve apresentar falsas acusações a uma instituição sem conhecê-la.

Acredito que esta situação nos leva a repensar quando em alguma situação fazemos falso julgamento dos nossos semelhantes. O mandamento é bem claro. "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo".

Fiquem todos com Deus, inclusive o Pe. Quevedo!





segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Nota de Falecimento


Na última sexta-feira, portanto no Dia de Finados, meu avô paterno faleceu. Ele estava internado há alguns dias em decorrência de uma isquemia. O quadro geral acabou piorando, e ele veio a falecer por septicemia.
Mesmo estando ciente de que um dia todos nós partiremos para uma outra morada e de que é mais provável que as pessoas mais idosas façam essa viagem antes de nós, devo confessar que tive muita dificuldade em lidar com a notícia.
Quando liguei para o meu pai desejando os "meus sentimentos" simplesmente desabei. Não consegui parar de chorar e falar algo que o confortasse. Fiquei surpresa com a minha reação, pois geralmente sou bem "forte" nessas situações. Mais surpreendente foi a serenidade do meu pai e a tentativa dele em me acalmar...
Refleti muito neste último fim de semana, principalmente em como a vida é breve... por isso, aprendi que antes que seja tarde demais, você deve dizer o que sente para as pessoas que são importantes na sua vida. Pois pode ser que você só tenha outra chance em outro plano.
Fiquem todos com Deus!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Dia de Finados


Amanhã é Dia de Finados... Data em que muitos visitam os cemitérios para prestar homenagens aos seus entes desencarnados. A próximidade com a data me fez buscar um artigo que falasse deste tema sobre o enfoque espírita. E ei-lo aqui:
Finados a Luz do Espiritismo
João Demétrio
O culto aos mortos é uma prática das mais antigas e fundamentada em quase todas as religiões, pois esteve inicialmente ligada aos cultos agrários e da fertilidade, onde acreditavam que, como as sementes, os mortos eram sepultados com vistas à ressurreição, o retorno à vida que deveria surgir de algo oculto e misterioso. Com essa crença, os antigos festejavam o dia dos mortos junto aos túmulos, com banquetes e alegria, costume ainda usado em certas culturas do planeta.
Retrocedendo no tempo, encontra-se na História, o registro de que a filosofia dos druidas, na antiga Gália, deu origem às novas escolas espiritualistas, dentre elas a Doutrina Espírita, pois também cultuava o sentido da infinidade da vida, as existências progressivas da alma e a pluralidade dos mundos habitados; além do mais, a raça gaulesa tinha conhecimento dos mistérios do nascimento e da morte.
Assim, a comemoração dos mortos foi de iniciativa gaulesa, pois comemoravam a Festa dos Espíritos, não nos cemitérios – os gauleses não honravam os cadáveres – mas sim, em cada habitação, onde evocavam as almas dos defuntos.
Entretanto, um nevoeiro denso caiu sobre a terra das Gálias, através da mão brutal de Roma que expulsou os druidas e introduziu o Cristianismo eclesiástico da época, que também foi combatido pelos bárbaros, sobrevindo uma noite de dez séculos, chamada Idade Média, que obscureceu o espiritualismo e fez eclodir a superstição e o fanatismo no ser humano.
Foi somente no século X que a Igreja Católica instituiu oficialmente o dia dos mortos em 02 de novembro. Atualmente, esta data transcendeu o lado religioso, passando mais para o lado emotivo e comercial, quando ocorre grande comercialização de flores e velas e a preocupação maior com a conservação dos túmulos, os quais, muitas vezes, ficam o ano inteiro esquecidos e abandonados. Entre os sentimentos internos e as práticas externas, entre os conhecimentos novos da espiritualidade e o comodismo da prática exterior, o Homem procurou o lado mais cômodo para si, arraigando-o ao formalismo material e desprezou a realidade espiritual, razão que fez Jesus assim se expressar aos escribas e fariseus da sua época: “sois semelhantes aos sepulcros caiados (pintados de cal), que por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda espécie de podridão” (Mateus 23:27).
O Espírito, ao desligar-se do corpo físico, conserva a mesma personalidade, os mesmos defeitos e qualidades, méritos e deméritos, não havendo assim com a morte física qualquer transformação do Espírito, somente a transformação vibratória da sua nova vivência.
Agora questionamos, o dia 02 de novembro será consagrado aos mortos que se foram, ou aos que ficaram na carne? Existem duas categorias de mortos, os assim considerados por ter deixado a vestimenta carnal e os que ainda continuam vivendo encarnados, mas mortos para a vida espiritual, pois somente vivenciam a vida animal. Para o mundo, mortos são os que despiram a carne; para Jesus, são os que vivem imersos na matéria, alheios à vida primitiva que é a espiritual. É o que explica aquele célebre ensinamento evangélica, em que a pessoa prontificou-se a seguir o Mestre, mas antes queria enterrar seu pai que havia falecido, e Jesus conclamou: “Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus”.
Assim, com a fé que as religiões pregam com respeito a vida futura e com a certeza advinda pela Doutrina Espírita, pode-se afirmar que os mortos são realmente os que habitam a crosta terrestre, enraizados na matéria e nos vícios, e não os vivos que povoam o Mundo Espiritual, ficando assim designados: mortos-vivos, os que habitam os páramos da Luz; vivos-mortos, os que se acham inumados na carne.
No entanto, esse culto de visitação aos túmulos, essas manifestações de choro e desespero junto aos sepulcros dos mortos, denotam ainda um instinto confuso da imortalidade da alma, mesmo naqueles que se elegem como cristão.
Todavia, se a morte bate à tua porta, aceite-a como algo natural, como um dos ciclos de uma vida (material ou espiritual) que se cumpre, não esquecendo que os corpos são criações do próprio homem, por isso são mortais.
Sentenciados à morte estão todos os homens, no entanto, destinados à imortalidade, logo, morrer, é assumir a imortalidade que permanece no corpo físico ou fora dele, e bem afirma o padre Leonardo Boff, “os mortos são apenas invisíveis, mas não ausentes”.
Tudo no Universo e na Natureza acontece na base de ciclos e, segundo o preclaro Pietro Ubaldi, “tudo que começa tem fim e tudo o que tem fim, recomeça, como também, tudo que nasce, morre, e tudo que morre, renasce”.
Acrescentamos ainda que a existência física, por mais longa que seja, é sempre tempo breve na contagem eterna e, por isso, deve-se viver de tal maneira que possamos desencarnar a qualquer instante, sem aflições e sem desequilíbrio, lembrando, que contrário de morte não é vida, mas sim, nascimento, e em Eclesiastes 7:1, confirma-se: “é melhor o dia da morte do que o dia do nascimento”. Encaminhando para o encerramento, registramos a passagem evangélica em que Maria de Magdala, ao visitar o túmulo do Mestre querido, surpresa, encontrou-o vazio, e saindo do recinto, encontrou-O nimbado de claridade, dizendo: Maria, sou eu. Assim, demonstrou que não devemos procurar os mortos nas sepulturas, mas sim, os vivos, pois a morte do corpo físico não consegue destruir a vida. Por fim, Emmanuel afirma: “da morte podemos escapar, mas da vida, ninguém fugirá jamais”.
Fiquem todos com Deus!